terça-feira, 7 de junho de 2011

Um tempo

Como os amigos já perceberam, dei um tempo na minha produção de textos neste espaço. Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e outras ferramentas de expressão, especialmente o Twitter, reduziram o tempo. Eu, que ainda questiono o Twitter pelo pouco espaço para consolidar um pensamento, acabei engolido pela coisa. Não que eu seja um doido pelo Twitter e o acesse de forma ininterrupta. Não, não sou dessa turma.

Sou mais um observador das manifestações tuiteiras do que, propriamente, um produtor de conteúdo tuítico. De qualquer maneira, peço desculpas aos leitores pelo distanciamento recente. Em breve, voltarei a escrever. Grande abraço.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Silêncio

Depois de algum tempo, volto a escrever no blog. Alguns motivos me levam a reduzir minha produção de textos neste espaço: falta de tempo, falta de motivação, cansaço, uma série de atividades importantes do ponto de vista profissional, outras tantas no âmbito pessoal e falta de inspiração são algumas das razões que me afastaram um pouco do meu próprio blog. Mas há um ponto que, acredito, tenha sido determinante para isso: o excesso de opinião.

Tenho refletido bastante sobre o quanto os indivíduos opinam nesses tempos digitais e com espaços generosos para a manifestação pessoal. Isso é bom. No entanto, como quase tudo na vida, o excesso cansa. É isso o que tenho visto atualmente: o planeta inteiro jogando suas opiniões ao vento. Qual o valor dessas opiniões, afinal?

Quando decidi criar um blog, meu objetivo era – e ainda é – o de manter textos meus em algum lugar. Uma espécie de depósito de textos, coisa minha, coisa pessoal. Não tinha – e ainda não tenho – o sonho de ser lido por milhares de pessoas. Os que leem meu blog o fazem, em sua maioria, porque, de algum modo, mantêm relacionamento comigo. Colegas, amigos, familiares. Até porque, não creio que minha opinião seja lá muito importante. É, apenas, um parecer sobre algo.

O que vejo nos blogs e no twitter, especialmente, é uma verdadeira banalização da opinião. As manifestações e informações, em sua maioria, são geniais e fundamentais para o relacionamento humano, como “vou tomar banho”; “que programa é esse?”; “odeio acordar cedo”; “hoje tem prova. Não sei nada”; “Foi o melhor show que vi na vida”. Pergunto: por que as pessoas têm a necessidade de dizer coisas como essas? Por que precisam contar aos outros que tomarão banho ou que não gostam de acordar cedo? Por que as pessoas acreditam que essas banalidades tolas do cotidiano têm relevância para os outros?

Eu tenho conta no Twitter. Mas não passo por lá já faz algum tempo. Tenho quase 200 seguidores, acreditem. Mas por que eles me seguem? Por certo, pelo mesmo motivo que levam as pessoas a visitar o meu blog. São amigos, parentes, colegas de trabalho, alunos. Claro, eu não chego ao ridículo de dizer no Twitter que vou ao banheiro ou que estou de bom humor ou que detesto acordar cedo. Mas tenho consciência de que não escrevo nada de muito importante para ter 200 almas lendo o que digo. Também cheguei à conclusão de que, mesmo tentando escrever algo interessante em 140 caracteres, estava seguindo a mesma trilha da verborragia opinativa de todo mundo. Então, dei um tempo.

Cansei de ler opiniões sobre o dia, a noite, o programa de TV, a temperatura, o time, a aula, o texto, o jornal, a revista, a partida de futebol, o Jornal Nacional, a reportagem da CNN, a chuva ou sobre qualquer outra coisa. Dia desses, já cansado de opiniões banais – todo mundo tem opinião sobre tudo – escrevi no Twitter a seguinte frase: Que gente que fala!

Será que essa gente toda falando o tempo todo quer dizer alguma coisa? Não sei ao certo. Mas parece claro que esse excesso de manifestação reflete o comportamento geral das pessoas: falar, sempre. Escutar, só de vez em quando. Por isso, prefiro o silêncio.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Com reflexão é melhor

Gosto de usar o twitter. Não há nada de especial nessa ferramenta, eu acho. Ela apenas faz circular informações entre pessoas que se conhecem – ou não. É coisa do tipo vapt-vupt. Pensou, colocou no ar, alguns leram e gostaram, outros e leram e ignoraram. De vez em quando surge uma conversa mais animada, mais crítica. Mas no geral, tudo é tratado assim, na superficialidade. Como manda a ferramenta, aliás. Não há como ser profundo o tempo todo com um espaço de 140 caracteres. E é aí que reside uma preocupação minha.

Não é uma preocupação daquelas que me tiram o sono. No entanto, como jornalista, gosto de textos mais profundos, mais detalhados, mais apurados. Não que a gente não consiga dizer algo em uma frase. Claro que conseguimos. Uma frase é uma ideia, apenas. E uma ideia precisa de um bom argumento que a suporte. Do contrário, não vai passar de uma boa frase, daquelas grafitadas em muros. Com 140 caracteres, não há ideia que se sustente por muito tempo.

Além disso, o hábito de usar a ferramenta acaba por acostumar o usuário – não usuários jurássicos como eu – a escrever pouco. Não me importo com a maioria. Mas me importo com os estudantes de jornalismo, por exemplo. Escrever é a essência da profissão. E escrever, para o jornalismo, não é jogar uma ideia em 140 caracteres. Escrever, para o jornalismo, é contar uma história que tenha começo, meio e fim, é orientar e informar o leitor, é fazer relações com outros fatos, comparações com outras épocas, é contextualizar aquela informação. Alguém já disse que a função do jornalismo é organizar o caos de informações que o mundo produz todos os dias. Não conseguimos fazer isso em 140 caracteres. No máximo, damos um pitaco, uma dica, uma sugestão, um elogio, uma crítica, um eu acho isso, acho aquilo.

Para resumir a reflexão que fiz até aqui, vou de 140 caracteres, então:

Uma ferramenta não substitui outra. Escrever em 140 caracteres tem lá o seu charme, sua velocidade útil. Mas escrever com reflexão é melhor.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nós, a ralé

A única coisa que se ouve nesse autoritário horário eleitoral gratuito é promessa. Promessa de tudo quanto é tipo. As juras vão desde o aumento do número de asilos (sim, número de asilos!) até a elevação do salário mínimo para R$ 1.500,00. Para ganhar o teu voto, eles dizem qualquer coisa. Prometem qualquer coisa.

Sem falar nas manifestações oportunistas. Quando os candidatos estão numa lavoura, dizem que vão impulsionar a agricultura familiar. Se estão num hospital, prometem verbas para ampliação de leitos. Em uma universidade, garantem que têm projetos para os jovens. Quanta bobagem.

Admito que me desiludi. Durante anos, gastei saliva conversando sobre política, discuti, debati, votei. Mas não acredito mais nessa gente. Gente que, de norte a sul do país, faz piada com o dinheiro público, dinheiro que é retirado dos impostos que pagamos. Gente que dá gargalhada de pernas para o ar enquanto nós, a ralé, batalha firme acreditando num mundo melhor.

Acho que estou ficando velho. Eu não acredito em político nenhum. Por isso, voto nulo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Amanhã

Depois de um longo e rigoroso inverno, volto ao blog. O tempo ruim, a falta de tempo, o excesso de tempo dedicado ao cotidiano nos obriga a fazer escolhas. As prioridades vivem sempre na confortável posição hierárquica. O que precisa mais da gente, primeiro. O que nós mesmos precisamos fica para depois.

Escrever é algo necessário pra mim. Trabalho com texto desde o final do século passado. Vivo do texto. Seja como autor. Seja como consumidor – muito mais aqui, claro. Mas a dedicação ao texto exige tempo.

Mas o tempo não dá trégua. Não para, disse Cazuza uma vez. E lá vamos nós, administrando as horas que passam ligeiras para uns, devagar para outros e simplesmente não andam para milhares. Eu vou fazendo a minha parte, tentando fazer do tempo de agora como algo que não se repetirá amanhã.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Frio

Acho que faço parte da estética do frio, expressão que até onde eu sei foi cunhada por Vitor Ramil. Não gosto de sentir frio, não gosto de sofrer com o frio. Mas gosto do frio, da sensação e dos cenários que compõem as manhãs com neblina, as noites de ruas vazias e gélidas, o vento que chacoalha a copa das árvores, a fumaça que sai das chaminés.

Na rua, o frio do Rio Grande é sombrio, úmido. Parece que o tempo custa a passar. É um ambiente que quero evitar. No entanto, a minha compreensão sobre a estética do frio ultrapassa o inverno das calçadas e das esquinas cortadas pela navalha do vento. Gosto de saber que o lado de fora está assim, gelado. Mas gosto do lado de cá da janela gotejada pelo orvalho.

Quero ir para o lado de dentro. Gosto de mexer no fogo da lareira. Demora. Primeiro, corto a facão pedaços de lenha serrados milimetricamente pela Estelinha, sob o olhar vigilante da Duda, e os transformo em gravetos. Junto-os ao nó-de-pinho e a outras toras maiores. Faço canudos de papel jornal e os disponho estrategicamente em meio à arquitetura de madeira. Risco o fósforo. Em pouco tempo, o fogo ganha corpo. Sobe a labareda agarrada ao nó-de-pinho. Já está quente agora. A sala muda de cor com a temperatura. Os cachorros se aproximam e se aquecem.

Uma sopa de capelete miúdo, como a Me gosta, queijo ralado no prato fundo, pão d’água ou sovado e um bom tinto. A toca peruana e o kefie que o Chicão lembrou de me trazer de Dubai ajudam a esquentar o corpo. Mais um cálice de vinho embala a conversa sobre o dia frio, o que fizemos e o que vamos fazer no próximo final de semana. Entre uma risada, um beijo e um carinho, a conversa já vai longe.

Embora eu adore o mar e o verão, o inverno me faz bem. O frio me une a mim mesmo e aos que estão ao meu redor. O frio e sua estética criam uma espécie de cimento entre as pessoas que querem ficar perto umas das outras. Lá por agosto, poderei estar cansado da baixa temperatura, da umidade e do excesso de roupas.

Mas aí será a hora de uma outra estética, de um outro comportamento, de um novo cimento a continuar juntando as pessoas que amamos.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Com a fé não se brinca

O torcedor de futebol é um ser que, antes de tudo, precisa ter fé. Não é obrigatório que seja religioso, mas fé tem que ter. Falo do torcedor de uma forma geral. Agora, neste momento, a torcida colorada é a que mais precisa ter fé. Com Celso Roth no comando, só mesmo um milagre para o Inter conquistar a Libertadores da América. Alguém já disse que a fé move montanhas. É nisso que os colorados estão agarrados desde sábado passado, quando a direção do Inter anunciou a contratação de Roth.

Buscar Celso Roth do medíocre Vasco da Gama – que por sinal venceu de virada o Inter de Jorge Fossati neste Brasileirão – é uma prova clara de que algo estranho está ocorrendo no futebol nacional. Especialmente na casamata. Senão vejamos.

O Inter sonhou e especulou Felipão, mas nunca fez uma proposta oficial a ele. Por que? Porque nunca o quis, de fato. E não quis Felipão por vários motivos, entre eles o de que é caro demais para o padrão brasileiro e porque Scolari é gremista de carteirinha. A torcida queria Felipão mais pela mística de técnico exigente e vencedor, mas só por isso. E neste último quesito, a coisa já não é bem assim. Depois da Copa de 2002, Scolari não ganhou mais nada. Ou seja, Felipão não ergue uma taça há oito anos! Por que serviria ao Inter?

Adilson Batista foi tentado. Mas como justificar ao torcedor a contratação de um técnico caro, que traz até o roupeiro junto e que em 2006 disse que não torceria para o Inter no histórico confronto contra o Barcelona. Além de gremista, Adilson é pé-frio, porque o colorado ficou com o título de campeão mundial FIFA. Sem falar no temperamento sereno de Adilson, como mostra este vídeo. Por que serviria ao Inter?

A direção também falou com Abel Braga. Campeão da Libertadores e do Mundial com o Inter, Abel é um colorado assumido. Mas uma multa milionária teria de ser paga ao clube árabe ao qual ele está vinculado, o que inviabilizou o negócio. Mas mesmo Abel Braga, serviria? Será que apenas a mística seria suficiente para chegar ao bi da América? Que outras opções teria a direção do Inter neste momento?

Geninho, Luxemburgo, Parreira, Muricy? Os velhos e mesmos sempre de plantão? E da nova geração? Que clube, a quatro jogos de ser bicampeão da América, apostaria em um treinador emergente? Nenhum.

Celso Roth foi o que sobrou. Não ganhou nada de importante ainda, é verdade. O que não quer dizer nada. Adilson Batista também não. E quase veio a peso de ouro. O que fica evidente neste episódio é que o Brasil está carente de treinador. Não se produz técnicos no país como surgem jogadores. A fábrica de talentos só existe das quatro linhas para dentro. Na casamata, nada.

Talvez por isso, pela absoluta falta de bons treinadores, o comandante da Seleção Brasileira seja Dunga. O Inter vive hoje o que o Brasil está vivendo há algum tempo: uma crise na casamata. Mas com fé, o Brasil pode trazer o caneco da África do Sul, e o Inter conquistar seu segundo título da Libertadores da América. Pode. Mas comece a rezar desde já. Com a fé não se brinca.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Dunga, o coerente

Raramente eu escrevo sobre futebol no meu blog. Mas não resisti à entrevista do Dunga no anúncio dos convocados para vestir a camisa da Seleção na Copa do Mundo da África do Sul. Assisti à verborragia dunganiana duas vezes. Na primeira, não prestei muito atenção, afinal não costumo dar muita bola à Seleção. Não torço para a Seleção Brasileira. Na outra, sim, me empenhei em descobrir um pouco a cabeça do treinador do time brasileiro. Concluí que Dunga, o coerente, não quer um time com os melhores. Quer um time de jogadores obedientes.

Já ouvi e li uma porção de coisas em relação à convocação. Não pretendo ser original na minha análise, mas o que sobrou do anúncio do Dunga foi quase nada. Para começar, não sobrou time. Não digo que os jogadores sejam ruins. Não é isso. Mas havia gente muito melhor para levar. O problema é que Dunga encontrou em uma palavra o seu esteio para tudo: coerência. Em nome da coerência, o Brasil terá um time sem alguém capaz de desequilibrar uma partida de Copa do Mundo.


Dunga adorou a palavra coerência. Para ele, ser coerente é fazer as coisas que sempre disse que ia fazer. É manter uma ideia do começo ao fim. É partir de um princípio e levar a cabo uma trajetória sem arredar um milímetro. Bonito isso. O que talvez Dunga não saiba – eu tenho certeza que ele não sabe – é que ser coerente pode não ser positivo. Ao contrário. Pode ser terrivelmente maléfico. Não gosto, por exemplo, da coerência dos terroristas, dos pedófilos, dos assassinos e dos ditadores.

A vida não é algo linear. Por mais que se possa traçar um plano detalhado sobre algo, a vida é uma sucessão de imprevistos que, não raro, forçam as pessoas a mudar de atitude, de opinião, de ideia e até de convicção. Convicção existe para ser substituída. Aplicar em si mesmo o rótulo de coerente como se isso fosse extremamente positivo, como se fosse sinônimo de verdadeiro, correto e justo, me parece grave. Porque a coerência pode andar ao lado da arrogância e da insegurança. A combinação de coerência, arrogância e insegurança tem grande chance de desaguar em autoritarismo.

Dunga, o coerente, mostrou ser um homem autoritário no anúncio da convocação da Seleção para o mundial da África do Sul. Para ele, o que mais pesou na escolha dos 23 jogadores foi o comprometimento dos eleitos. Na visão do técnico, jogar na Seleção exige, acima de tudo, comprometimento. A condição de craque fica em segundo plano. Talvez porque o próprio Dunga tenha sido um atleta mediano, no máximo, mas altamente comprometido com os times que defendeu. Dunga sabia destruir. Mas não tinha um mínimo de talento para construir. Adriano, Ronaldinho Gaúcho, Neymar, Alexandre Pato e Ganço são atletas que podem desequilibrar um jogo de futebol. Mas eles não parecem ser jogadores obedientes que Dunga tanto adora. Dunga gosta de subservientes táticos. Ele não gosta da rebeldia do improviso, da genialidade. Isso porque a genialidade nunca se dobrou e jamais se vergará ao regramento dos desprovidos de talento.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Saudade do mar

De tudo o que a natureza nos deu, o mar é a melhor de todas. O espírito se renova no mar. A cabeça se refaz. O corpo recarrega a energia. A vida se solta. Mas não é qualquer mar que sensibiliza meu espírito, faz a minha cabeça e dá vida nova ao meu corpo. Tem que ser o mar da Praia do Rosa, do Ouvidor, da Praia do Silveira, da Ferrugem, na região de Garopaba e Imbituba, e da Joaquina e do Campeche, em Florianópolis.

Com todo o respeito ao litoral gaúcho, que durante os anos da minha infância me serviram de esteio nos dias quentes e frios, o mar gaúcho é uma calamidade. Um mar que quando está claro vira manchete da edição de segunda-feira dos jornais não é um mar que se preze. Quando dependemos da exceção para sorrir é porque a regra é pesada demais.

Desde sempre ouço que o mar do Rio Grande é escuro por causa de um certo tipo de alga e também devido aos ventos fortes, especialmente os de sentido nordeste. Com a ventania, fundo arenoso é revirado e acaba por se misturar com a água já não muito clara. Seja como for, esses fenômenos acontecem aqui com frequência e me desestimulam a visitar os 640 quilômetros do litoral gaúcho.

Não lembro quando entrei no mar pampeano pela última vez. Mas faz mais de 15 anos, disso eu tenho absoluta certeza. Neste período, estive em muitos lugares. O melhor deles, no entanto, é a Praia do Rosa. Ouso dizer que o Rosa é a minha praia. O João Bento, amigo querido de tantos anos e que vive a 200 metros da Lagoa de Ibiraquera, em Imbituba, costuma dizer que o Ouvidor é a minha praia. Também é. Escrever sobre o mar, a Praia do Rosa e João Bento ajudou a amenizar a saudade do mar. Mas não é qualquer mar.

* A foto é da Praia do Silveira, em Garopaba, tirada pelo meu primo, Tiago Gutermann, surfista de primeira. A partir de agora, a imagem ficará sempre exposta no cabeçalho deste blog.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Para morrer de rir

Não lembro, mas em algum momento eu já escrevi sobre o ranking dos melhores times do mundo feito pelo instituo alemão IFFHS. Por mais que eu me esforce, não há como levar a sério o tal ranking. O que me intriga é como a grande mídia embarca nessa canoa furada. Senão, vejamos.

Veículos da aldeia já repercutem em manchete que o Inter subiu no ranking do IFFHS. Pulou do 63º lugar em 2009 para o 35º. Uau! A mesma manchete diz que o colorado passou o Grêmio, tentando colocar uma pimenta de segunda na velha e surrada rivalidade gaúcha, O tricolor, que antes ocupava a 20ª posição, agora está na 43ª. O líder é o Barcelona, seguido por Estudiantes (Argentina) e Werder Bremen (Alemanha). Depois figuram Chelsea, Manchester United (ambos da Inglaterra), Cruzeiro (Brasil), Shaktar Donetsk (Ucrânia), Arsenal (Inglaterra), Roma (Itália) e Bayern de Munique (Alemanha). Esses são os 10 primeiros.

Alguém aí pode explicar as razões pelas quais Cruzeiro e Shaktar são o sexto e o sétimo melhores times do planeta? Alguém aí poderia dar uma forcinha e apontar os grandes feitos da Roma para ocupar a posição em que está? Mas isso não é nada. No quadro dos 10 melhores times do mundo até pode haver alguma margem para discussão e "achismos". Agora, me expliquem o que vem abaixo, por favor.

O que teria feito o Velez Sarsfield, da Argentina, para estar no 24º lugar do ranking da IFFHS, na frente de times insignificantes como Liverpool e Real Madrid? Por que o glorioso FC Basel, da Suíça (isso mesmo, da Suíça!), está na frente do frágil Milan, de Ronaldinho e Pato, da tradicional Juventus, e do Grêmio, por exemplo? Não sei quais são os critérios do tal ranking, mas que é difícil de engolir, isso é. Tire você mesmo as suas conclusões. Faça você mesmo a sua análise acessando www.iffhs.de. Garanto que você vai morrer de rir. Ou de chorar.